Capivaras tomam conta do Arroio Dilúvio e das margens do Guaíba: convivência entre natureza e cidade exige atenção e cuidado
Avistamentos se tornam cada vez mais frequentes na Avenida Ipiranga e no bairro Praia de Belas, em Porto Alegre
Nos últimos dias, um grupo com mais de 10 capivaras foi visto circulando livremente pelo Arroio Dilúvio, na Avenida Ipiranga, e também pelas margens do Guaíba, em Porto Alegre (RS).
Entre os animais, estavam fêmeas com seus filhotes, encantando quem passa pelo local e chamando atenção pela tranquilidade com que transitam entre a vegetação e as áreas urbanas.
Outros bandos já haviam sido observados no entorno da UFRGS e no bairro Praia de Belas, o que mostra que a espécie vem ocupando de forma crescente as áreas verdes e alagadas da capital gaúcha.
O retorno da fauna à cidade: um sinal de equilíbrio ambiental
As capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) são os maiores roedores do planeta e fazem parte da fauna silvestre nativa da América do Sul.
Esses animais vivem próximos a corpos d’água — como o Arroio Dilúvio, lagoas e margens de rios — e se alimentam de capins e plantas aquáticas.
O aumento da presença desses grupos em áreas urbanas pode ser interpretado como um sinal positivo de recuperação ambiental, indicando que ainda existem recursos naturais, alimento e áreas de refúgio dentro da cidade.
Além disso, as capivaras ajudam a controlar o crescimento da vegetação e servem como indicadores biológicos da qualidade da água e do ambiente.
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Riscos de convivência: atropelamentos, mordidas e doenças
Embora simpáticas, as capivaras não são animais domésticos e a convivência próxima com humanos traz riscos.
Entre os principais estão:
- Atropelamentos — Por circularem em áreas como a Avenida Ipiranga, muitas acabam atravessando as pistas, principalmente ao entardecer, causando acidentes graves que podem ferir motoristas e resultar na morte dos animais.
- Mordidas e ataques — São animais pacíficos, mas reagem com força se se sentirem ameaçadas, principalmente quando estão com filhotes.
- Doenças — As capivaras podem hospedar o carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa, uma zoonose potencialmente fatal em humanos se não tratada rapidamente.
Por isso, os especialistas alertam: não se deve tentar tocar, alimentar ou se aproximar desses animais, mesmo que pareçam acostumados com pessoas.
Controle e chipagem: o papel dos órgãos ambientais
Com o crescimento das populações de capivaras em áreas urbanas, é essencial que o poder público adote medidas de manejo e controle humanitário.
Entre as ações recomendadas estão:
- Chipagem e monitoramento veterinário dos animais
- Campanhas educativas junto à população
- Sinalização nas avenidas próximas ao Arroio Dilúvio e ao Guaíba, alertando motoristas
- Acompanhamento técnico pelos órgãos ambientais, como SEMA-RS, IBAMA e Prefeitura
Essas medidas ajudam a evitar acidentes e controlar doenças, além de garantir o bem-estar dos animais e das pessoas.
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Convivência possível com respeito e consciência
As capivaras do Arroio Dilúvio e do Guaíba representam um símbolo da resistência da natureza dentro da cidade.
Sua presença desperta curiosidade, mas também exige respeito, responsabilidade e planejamento ambiental.
Conviver com a fauna silvestre é um desafio moderno das grandes cidades, e Porto Alegre mostra que, com educação e políticas públicas eficazes, é possível encontrar equilíbrio entre a vida urbana e a natureza.
Capivaras tomam conta do Arroio Dilúvio e das margens do Guaíba: convivência entre natureza e cidade exige atenção e cuidado

