Ararinhas Azuis São Abandonadas Pelos Gestores do Meio Ambiente

🦜 Ararinha-azul brasileira vendida por € 75 mil na Europa

A história de uma ave símbolo do Brasil — e como ela foi parar nas mãos de uma ONG estrangeira

O Brasil é o país com a maior biodiversidade do planeta, abriga milhares de espécies únicas e desempenha um papel essencial na conservação ambiental mundial. Mas um caso em especial chama a atenção e tem levantado dúvidas sobre como estamos lidando com o nosso patrimônio natural: a venda internacional da ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), um dos símbolos da fauna brasileira, por até € 75 mil euros cada.

Neste texto, você vai entender quem está por trás dessas transações, como isso aconteceu com autorização do governo brasileiro, e por que tantos especialistas e entidades ambientais estão em silêncio.

🌍 O que é a ararinha-azul e por que ela é tão importante?

A ararinha-azul é uma espécie de psitacídeo nativa do semiárido brasileiro, mais precisamente da região de Curaçá, no norte da Bahia. Com plumagem azul-celeste vibrante e comportamento social marcante, ela ficou conhecida internacionalmente após o filme Rio, em que foi retratada como símbolo da fauna ameaçada de extinção.

A espécie entrou em extinção na natureza em 2000, quando o último exemplar selvagem desapareceu. Desde então, todos os esforços para salvá-la foram baseados em programas de reprodução em cativeiro. E é aí que começam as polêmicas.

🇩🇪 A ascensão de uma ONG estrangeira: quem é Martin Guth?

Em 2006, na Alemanha, foi fundada a ACTP – Association for the Conservation of Threatened Parrots (Associação para Conservação de Papagaios Ameaçados), por Martin Guth, uma figura controversa.

Guth não possui formação em biologia, zoologia ou áreas relacionadas. Mesmo assim, conseguiu reunir um dos maiores plantéis de psitacídeos do mundo. O crescimento da ACTP foi surpreendente. As primeiras ararinhas foram adquiridas de um criador holandês, e mais tarde, em 2014, a ACTP incorporou ao seu plantel 142 ararinhas-azuis que pertenciam ao sheik Saoud bin Mohammed al-Thani, um membro da família real do Catar. Após a morte do sheik, as aves, que estavam no centro de preservação Al Wabra, foram levadas à Alemanha.

Essa movimentação tornou a ACTP a detentora de aproximadamente 75% de todos os exemplares vivos da espécie.

🤝 A parceria com o Brasil: como uma ONG estrangeira passou a controlar a espécie

Em 2018, a ACTP firmou uma parceria com o governo brasileiro e com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) para construir um Centro de Reprodução e Reintrodução da Ararinha-azul em Curaçá (BA). O objetivo era reintroduzir os animais na natureza brasileira, com apoio logístico e técnico da ACTP.

Na época, isso foi celebrado como um avanço histórico. Afinal, uma espécie extinta na natureza teria a chance de retornar ao seu habitat. Mas o que parecia um acordo positivo logo começou a levantar questionamentos sobre interesses comerciais, falta de transparência e omissão por parte das autoridades brasileiras.

💸 A venda de exemplares no exterior: doações ou comércio?

O que ninguém esperava era que, anos depois, a ACTP começasse a negociar exemplares da ararinha-azul com zoológicos da Europa e Ásia. Segundo documentos obtidos por fontes próximas ao Ministério Público Federal, pelo menos 57 aves foram repassadas internacionalmente — algumas por valores de até € 75 mil euros (mais de R$ 400 mil).

Oficialmente, a ACTP se diz uma entidade sem fins lucrativos. No entanto, não divulga suas contas publicamente — algo incomum para ONGs com essa finalidade. A legislação alemã permite esse sigilo, mas isso levanta uma grande dúvida: essas transações são realmente doações, como afirmado, ou venda disfarçada?

E mais: segundo fontes do próprio ICMBio, parte desses exemplares acabaram em países como Bélgica, Índia e Singapura, sem retorno técnico, financeiro ou biológico ao Brasil.

🧩 O papel do IBAMA e do Ministério do Meio Ambiente

A exportação de fauna brasileira só é possível com autorização expressa do IBAMA, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Isso significa que todas as transações envolvendo a ACTP e os exemplares brasileiros passaram pela anuência do governo federal, pelo conhecimento e gestão do então presidente Rodrigo Agostinho, que em nenhum momento se manifestou sobre o caso, nem mesmo nas apreensões que houveram.

Mas até hoje, nenhuma investigação foi aberta contra a ONG, mesmo com diversas denúncias formais feitas por entidades como a RENCTAS, ONG fundada pelo, Jornalista, Cineasta e ambientalista Dener Giovanini, ganhador do Prêmio Nobel do Meio Ambiente, título que apenas ele e Chico Mendes receberam no Brasil.

Essas denúncias, apresentadas ao Ministério Público Federal, foram inicialmente arquivadas, mas reabertas recentemente após novas informações prestadas pelo ICMBio. O caso agora corre sob segredo de justiça.

⚠️ Críticos são ignorados, e criadores brasileiros são excluídos

Enquanto a ACTP detém poder sobre os exemplares, criadores conservacionistas e comerciais do Brasil — muitos com décadas de experiência no manejo de araras, papagaios e outras aves — seguem invisíveis ou até mesmo criminalizados por órgãos ambientais.

Nomes como:

  • Leandro Silveira (Instituto Onça-Pintada –
  • Marcelo Nanini ( Criadouro Comercial )
  • Beto Polezel ( Criadouro Comercial )
  • Gustavo Trainini ( Criadouro Comercial )
  • Todos especialistas e com muito conhecimento na criação em ambiente doméstico .

Todos são reconhecidos nacional e internacionalmente pela seriedade no manejo e pela reprodução de espécies ameaçadas — mas nunca foram convidados para integrar programas de conservação da ararinha-azul.

A justificativa oficial é a “exclusividade da parceria com a ACTP”, mas isso tem gerado revolta no setor e acusações de boicote ao conhecimento técnico nacional.

🔍 O caso Blue Sky e o ex-servidor Ugo Vercillo

Outro ponto que precisa de luz é a atuação da empresa Blue Sky, autorizada a importar e exportar animais silvestres no Brasil. Uma das pessoas ligadas à empresa é Ugo Vercillo, que até pouco tempo ocupava cargo de gerencia no Ministério do Meio Ambiente.

Pouco tempo após sua saída, passou a atuar na iniciativa privada em uma empresa que se beneficia diretamente das decisões de gestão ambiental que ele ajudou a construir. O caso é tratado por muitos como conflito de interesses.

A pergunta que não cala: como alguém que regulava o setor agora atua dentro dele — sem qualquer tipo de investigação sobre este compromisso.

❌ Soltura mal planejada, perdas anunciadas

Em 2022, 20 ararinhas-azuis foram soltas em Curaçá (BA). Poucos meses depois, apenas 11 estavam vivas. O restante morreu, segundo técnicos, por predação ou falhas na adaptação ao ambiente natural. Isso mostra que a soltura foi feita sem o devido preparo comportamental e alimentar dos animais e com a perda de 9 exemplares.😞😔

Nos bastidores, criadores experientes afirmam que, se tivessem sido chamados, o índice de sucesso teria sido muito maior — como ocorre em reintroduções feitas com apoio técnico no Brasil e no mundo.

🤫 Silêncio e seletividade dos ativistas

Curiosamente, funcionários do IBAMA e influenciadores digitais que se autodeclararam defensores da fauna silvestre, muitos com apoio de verbas públicas,  e nas postagem deixam claro ( Funcionário Federal e Analista ambiental ) jamais tocaram no nome da ACTP ou de Martin Guth. São os mesmos que atacam criadores brasileiros nas redes sociais, defendem campanhas contra a criação legal de aves, zoológicos e defensores contra o abate aos javalis 🐗 — mas se calam diante da venda internacional da mesma espécie que dizem querer proteger.

📢 Conclusão: o Brasil pode — e deve — liderar sua própria conservação

Temos gente capacitada, estrutura técnica, projetos reconhecidos e sucesso em reprodução. O que falta é vontade política e um pacto institucional verdadeiro.

Nesta área a própria Ministra Marina Silva se cala – Ela participou de muitas convenções no exterior com o próprio Ugo Vercillo e com integrantes da ACTP. Rodrigo Agostinho Presidente do IBAMA usa o símbolos 🙊🙉🙈.

A biodiversidade brasileira não pode continuar sendo gerida por interesses estrangeiros, enquanto criadores nacionais são ignorados ou criminalizados.

📺 Assista à denúncia completa

🎥 Acesse o canal Wagner Ávila no YouTube para uma explicação visual, com documentos inéditos, análises técnicas e apuração profunda sobre este caso.

Um conteúdo essencial para quem se importa com o futuro da fauna brasileira.

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