A Federação Internacional dos Criadores (FIC) vive um novo e marcante capítulo em sua trajetória. Em uma reunião recente, o presidente da federação apresentou oficialmente a atualização do estatuto, que amplia o alcance da entidade e consolida a filiação de novas categorias de criadores, incluindo agora os coelhos e chinchilas.
Essa decisão, fruto de estudos e diálogo entre representantes e técnicos da área, inaugura uma nova era na história da FIC, que se firma como a entidade de maior representatividade do setor, abrangendo aves, pássaros e agora também mamíferos de pequeno porte.
A Expansão e o Papel da Genética
A criação de coelhos e chinchilas é uma das áreas que mais cresce no Brasil. O avanço da genética aplicada tem permitido o aprimoramento de raças, a padronização de cores e a seleção de linhagens mais equilibradas, saudáveis e dóceis.
Em países como os Estados Unidos e Alemanha, esse trabalho é altamente desenvolvido. Todos os animais possuem microchip, genealogia completa e certificado de pedigree, o que garante rastreabilidade e segurança tanto para criadores quanto para compradores.
Agora, com a iniciativa da FIC, o Brasil se aproxima desse modelo internacional, permitindo que os criadores nacionais passem a ter registro oficial e reconhecimento de seus exemplares.
“Nosso objetivo é garantir que cada criador tenha o respaldo da federação e possa atuar com seriedade, ética e qualidade genética. A FIC nasceu para dar credibilidade e fortalecer quem ama e cuida dos animais”, destacou Nelson Arrué presidente da FIC.
Bem-Estar Animal e Cuidados Veterinários
O avanço tecnológico e científico também tem transformado a forma como os animais são tratados. Hoje, clínicas veterinárias realizam cirurgias, exames e tratamentos semelhantes aos da medicina humana, com equipamentos modernos e protocolos de anestesia, recuperação e nutrição específicos.
Segundo especialistas, o bem-estar animal se tornou prioridade na criação moderna. Isso inclui:
- Ambientes limpos e bem ventilados;
- Controle de temperatura e umidade;
- Dieta balanceada e rica em fibras;
- Atenção à socialização e estímulo ambiental.
Essas práticas reduzem o estresse, aumentam a longevidade e favorecem o comportamento natural das espécies — fatores essenciais para o sucesso de uma criação ética e sustentável.
Higienização, Transporte e Feiras
Outro ponto de destaque no novo momento da FIC é a regulamentação e fiscalização sanitária em feiras e exposições.
Eventos como a Expointer, no Rio Grande do Sul, vêm se tornando referência em higienização, manejo e transporte de animais, contando com suporte veterinário, áreas isoladas para descanso e alimentação, e inspeções regulares de saúde.
Com o crescimento da criação de coelhos e chinchilas, a federação pretende ampliar sua atuação nesses eventos, garantindo que todos os animais inscritos possuam chip de identificação, laudo veterinário e certificado de pedigree FIC, tornando o ambiente mais seguro e profissional.
Do Sítio ao Apartamento: o Novo Perfil dos Criadores
Os coelhos e chinchilas deixaram de ser vistos apenas como animais de campo. Cada vez mais presentes em ambientes domésticos, eles conquistaram espaço no mercado pet, sendo criados com o mesmo carinho dedicado a cães e gatos.
A popularidade desses animais também despertou o interesse de novos criadores. O mercado de genética e reprodução seletiva tem crescido rapidamente, impulsionado por feiras agropecuárias e pela valorização de raças específicas.
Na última edição da Expointer, as vendas de coelhos bateram recorde, superando todos os anos anteriores. E a previsão é que, até 2026, todos os animais de exposição participem com registro de pedigree e microchip, uma conquista inédita para o setor.
FIC em Expansão Nacional e Internacional
Além dos estados brasileiros, a FIC já mantém contato com criadores brasileiros no exterior, principalmente nos Estados Unidos, onde a criação de coelhos segue rígidos padrões de qualidade.
Essa troca de experiências possibilitará o intercâmbio genético e o aprimoramento técnico de criadores em todo o país.
A federação também planeja promover eventos e cursos voltados ao manejo, genética e bem-estar animal, fortalecendo ainda mais a comunidade de criadores e consolidando o Brasil como referência mundial.
“Acreditamos que o futuro da criação está na união entre a paixão e o conhecimento científico. É isso que a FIC representa: evolução, responsabilidade e amor pelos animais”, concluiu o presidente Nelson Arrué
Conclusão
Com a inclusão dos criadores de coelhos e chinchilas, a FIC reafirma seu compromisso com a ciência, o bem-estar e a valorização da vida animal.
Essa nova fase marca a consolidação da federação como uma entidade plural e moderna, pronta para representar todas as espécies com ética e excelência.