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Ambiente Doméstico x Natureza: Onde os pássaros vivem melhor? A resposta pode te surpreender!
Quando pensamos em liberdade, é natural imaginar um pássaro voando entre árvores, cantando para o mundo. Mas será que essa liberdade garante saúde, segurança e uma vida longa para os nossos pássaros silvestres? 🤔
Essa é uma pergunta que precisa ser respondida com responsabilidade e, acima de tudo, com base na realidade dos nossos tempos.
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A dura realidade da natureza
Sim, a natureza é bela. Mas também é imprevisível e cruel com as aves silvestres. A cada dia, milhares de pássaros enfrentam predadores, fome, destruição de habitat, doenças e até tráfico ilegal.
Mesmo as espécies mais resistentes, como o Curió, o Bicudo e o Cardeal, raramente ultrapassam 8 anos de vida na natureza. E de cada 3 ninhada, apenas dois filhotes, em média, conseguem sobreviver até a fase adulta.
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Ambiente doméstico: mais que proteção, é sobrevivência
Em um ambiente doméstico, sob responsabilidade de criadores amadores e comerciais legalizados, os números mudam — e para melhor. Já existem registros de Curiós e Bicudos vivendo mais de 32 anos em ambiente controlado, com alimentação balanceada, assistência veterinária e estímulos positivos.
Além da longevidade, o ambiente doméstico oferece:
✅ Maior taxa de sobrevivência de filhotes
✅ Reprodução acompanhada e segura
✅ Preservação genética de espécies ameaçadas
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A burocracia que impede o avanço da conservação
Mesmo com esses resultados, o Brasil ainda é um país que não reconhece o valor dos criadores de fauna silvestre. Um segmento que deveria ser parceiro do Estado no pacto ambiental, segue sendo visto com desconfiança, burocracia e restrições desproporcionais.
Hoje, os criadores domésticos amadores e comerciais já ultrapassaram mais de meio milhão de nascimentos de aves silvestres legalizadas. E esse número poderia ser ainda maior, não fosse a limitação imposta pelo IBAMA, que restringe o número de anilhas para criadores amadores a apenas 35 unidades por ano.
🇧🇷 Estamos diante de um paradoxo ambiental:
“Vivemos em um país pobre de espírito na gestão ambiental. Onde tudo é proibido, enquanto a corrupção é permitida e os altos salários em ministérios são gigantescos. Temos a maior fauna do mundo, mas proíbem sua criação controlada. Tudo é proibido para quem quer fazer certo.”
Essa crítica foi reforçada pelo presidente da FIC, Nelson Arrué, que relembra uma reunião no CONAMA em que um secretário do Meio Ambiente usou uma metáfora emblemática:
“Temos uma Ferrari, mas não podemos acelerar porque ela não tem freios. Todos querem vê-la andar, mas ela fica parada no mesmo lugar.”
Essa “Ferrari” é a nossa fauna. Temos a maior diversidade de aves do planeta, mas não podemos reproduzi-las em ambiente doméstico de forma plena e legalizada para fins de preservação, educação ambiental e exibição em eventos culturais.
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E se todos os pássaros fossem soltos hoje?
Se os órgãos ambientais decidissem que todas as aves domesticadas devem ser soltas, o impacto seria desastroso. Muitas delas não sobreviveriam à readaptação, e em menos de 10 anos, diversas espécies poderiam entrar em extinção definitiva.
Aliás, a salvação de várias espécies já vem dos criadores domésticos. Um exemplo é a ararinha-azul, que desapareceu da natureza e só pôde ser reintroduzida graças à criação em cativeiro — ironicamente, por programas mantidos na Alemanha, porque no Brasil não havia permissão para mantê-la em ambiente doméstico.
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Criador doméstico: o guardião da fauna brasileira
Proteger a fauna não é apenas soltar aves. É reconhecer o valor de quem cuida, investe, estuda e cria com responsabilidade. O criador amador ou comercial é uma peça-chave no equilíbrio ambiental.
A liberdade nem sempre é voar sem rumo. Às vezes, liberdade é ter a chance de viver com dignidade, segurança e longevidade — ainda que dentro de um viveiro com cuidados constantes.
📢 Enquanto não houver reconhecimento e incentivo aos criadores conscientes, o Brasil continuará parado no tempo, assistindo sua fauna desaparecer lentamente. A hora de mudar é agora.
Auto e Texto
Nelson Arrué