PQA realiza pesagem e medição de mais de 300 tartarugas-da-amazônia em RO

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Foto: IBAMA | Reprodução

Atividade de conservação da biodiversidade é afetada pela crise climática.

O Programa Quelônios da Amazônia (PQA) concluiu em Rondônia uma fase do monitoramento das tartarugas-da-amazônia (Podocnemis expansa) em 17 de outubro. Em ação há 45 anos, o PQA, sob a condução do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), visa à conservação da biodiversidade protegendo e manejando importantes locais de reprodução de quelônios, além de promover educação ambiental e capacitar comunidades ribeirinhas e entidades estaduais e municipais.

Este ano, foram coletados dados biométricos de 310 tartarugas fêmeas no estado, durante o período de postura de ovos, para entender aspectos da biologia reprodutiva da espécie. A Praia Alta, no rio Guaporé, teve a maior concentração da espécie em 2024, e a eclosão dos ovos está prevista para dezembro.

Impacto da crise climática

O PQA enfrentou desafios causados pela crise climática, incluindo fumaça de incêndios florestais no sul do Amazonas e seca intensa em julho. As atividades começaram em agosto, em São Francisco do Guaporé, próximo à fronteira com a Bolívia. O monitoramento, que inclui o tráfego fluvial e a observação dos locais de desova, foi impactado pela fumaça no rio Guaporé, afetando também a Operação Gaspar I do Ibama, destinada a combater crimes de captura e comercialização dessa espécie vulnerável.

A seca de julho, associada ao fenômeno El Niño e ao aumento de temperaturas, antecipou a desova, uma vez que as condições favorecem a postura de ovos nas praias fluviais. Em agosto, uma queda de temperatura de até 11,5°C também afetou o ciclo reprodutivo, visto que, como répteis pecilotérmicos, as tartarugas dependem do calor externo para sua termorregulação e ovulação. Cintia de Lima Verde Portela, técnica do Ibama no PQA/RO, explica que as fêmeas buscam o calor do sol na praia para aumentar o metabolismo e favorecer a ovulação.

Na segunda semana de outubro, as chuvas reduziram a fumaça, permitindo a continuidade do monitoramento, que será concluído com a eclosão dos ovos.

 

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Fonte: Agência EBC

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