Rio de Janeiro tem o maior número de queimadas desde 2017

Rio de Janeiro tem o maior número de queimadas desde 2017
Foto: Corpo de Bombeiros do RJ | Reprodução

Tendência é de que aumentem os focos de queimadas nos próximos dois meses.

Desde o início deste ano, o monitoramento por satélite realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) já detectou 760 focos de queimadas no estado do Rio de Janeiro. É o maior número de ocorrências já registrado em um único ano desde 2017, quando houve 959 registros. Esta é uma marca que ainda pode ser superada, já que setembro e outubro são meses quentes e com grandes médias históricas de incêndios florestais.

É o maior número registrado para o mês desde 2014, quando houve 355 ocorrências. Em setembro, o Inpe já identificou 55 incêndios florestais até o momento no estado.

Há duas semanas, o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro já havia emitido um alerta sobre o aumento significativo de queimadas no estado desde o início do ano. A corporação relatou um total de 6.178 ocorrências a mais em comparação com o mesmo período do ano passado, um aumento de cerca de 85%. Os municípios mais afetados são Rio de Janeiro (4.513), São Gonçalo (569) e Duque de Caxias (561), seguidos por Maricá, Nova Iguaçu, Niterói, Araruama, Nova Friburgo, Campos dos Goytacazes e Volta Redonda.

O aumento das queimadas no Brasil tem resultado em uma queda na qualidade do ar em várias regiões, levantando preocupações sobre os impactos na saúde da população. Nos últimos dias, imagens de paisagens cobertas por fumaça em capitais como Brasília, São Paulo e Belo Horizonte viralizaram nas redes sociais.

Especialistas alertam que os ecossistemas se tornam mais propensos a incêndios em períodos de seca, como o que o país está enfrentando. Esse cenário pode ser agravado por fatores como o aquecimento global causado pela ação humana e os efeitos do fenômeno climático El Niño, seguido pela La Niña.

Embora o clima seco torne áreas de mata mais vulneráveis a incêndios, muitas queimadas têm origem criminosa. Investigações estão em andamento em várias partes do país, com prisões já realizadas em estados como São Paulo e Goiás, reforçando essa possibilidade.

Qualidade do Ar
Em algumas cidades do interior do estado do Rio de Janeiro, as paisagens encobertas por fumaça também causaram impacto nos moradores, como nas regiões serranas de Petrópolis e Teresópolis. No entanto, o último boletim do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), divulgado às 17h desta segunda-feira (9), sugere uma melhora. “A tendência é de dispersão dos poluentes nas próximas 24 horas”, informa o boletim.

Conforme o relatório, 28 das 57 estações monitoradas nos municípios fluminenses registraram qualidade do ar boa. Em outras 26 estações, a situação foi considerada moderada, enquanto três estações indicaram qualidade ruim. Nenhuma estação apontou um cenário de ar muito ruim ou péssimo.

As piores condições foram registradas nas estações de Manguinhos, na capital; Casa da Lua, em Resende; e Engenheiro Pedreira, em Japeri. Nesses locais, a qualidade do ar foi classificada como ruim, o que significa que toda a população pode apresentar sintomas como tosse seca, cansaço e irritação nos olhos, nariz e garganta.

Crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias ou cardíacas são particularmente vulneráveis.

Diante do clima seco e da presença de fumaça no ar, o Ministério da Saúde recomenda o aumento do consumo de água e líquidos, maior permanência em ambientes internos com ar-condicionado ou purificadores de ar, e a suspensão de atividades físicas ao ar livre, especialmente entre 12h e 16h, quando a concentração de ozônio é mais alta. O uso de máscaras, como cirúrgicas, de pano ou lenços, é indicado para reduzir a exposição a partículas grossas, especialmente para aqueles que vivem próximos a áreas de queimadas.

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