RS teve inverno sem desconforto térmico significativo para rebanhos de bovinos de leite

RS teve inverno sem desconforto térmico significativo para rebanhos de bovinos de leite
Foto: Fernando Dias - SEAPI | Reprodução

O inverno deste ano não trouxe desconforto térmico significativo aos rebanhos de bovinocultura de leite no Rio Grande do Sul, com exceção de episódios pontuais e isolados. Esses são os resultados das análises divulgadas no Comunicado Agrometeorológico 75 – Especial Biometeorológico Inverno 2024, publicado pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi).

O documento examina condições meteorológicas como precipitação, temperatura e umidade do ar ao longo do período, e utiliza o Índice de Temperatura e Umidade (ITU) para identificar as faixas de conforto e desconforto térmico enfrentadas pelos animais, além de estimar os impactos na produção de leite.

“Durante o inverno, os valores médios de temperatura e umidade relativa do ar geralmente não criam condições ambientais que provoquem estresse térmico calórico nos bovinos leiteiros”, explica Ivonete Tazzo, pesquisadora e coautora do Comunicado. Entretanto, fatores como chuvas, geadas e baixa radiação solar durante o inverno podem influenciar negativamente a alimentação dos animais. “Esses fatores afetam pastagens nativas e cultivadas, bem como a produção e o armazenamento de silagem e feno, o que impacta a saúde e o desempenho dos rebanhos”, acrescenta Ivonete.

Neste inverno, as regiões do Vale do Uruguai, Baixo Vale do Uruguai e Depressão Central registraram condições climáticas que ocasionaram algum nível de estresse térmico nos rebanhos, mas em percentuais baixos.

Em Vacaria, na região da Serra do Nordeste, não houve registros de estresse térmico em junho e julho, com mais de 95% das horas em condições de conforto em agosto. Passo Fundo (Planalto Médio), Caçapava do Sul (Serra do Sudeste), além de Bento Gonçalves (Serra do Nordeste) e Teutônia (Encosta Inferior da Serra), também não apresentaram situações de desconforto térmico durante o mês de julho. Nas demais regiões, o percentual de horas sem estresse térmico foi superior a 90%.

Porto Vera Cruz, no Vale do Uruguai, foi o município que apresentou os maiores percentuais de desconforto térmico, incluindo estresse leve a moderado (média de 16%). “Foi também o único a registrar um caso de estresse térmico severo, embora com percentuais muito baixos de horas – 1,3% em junho e 3,2% em agosto”, destaca a pesquisadora. Nenhuma situação emergencial foi identificada nos municípios avaliados.

As estimativas de queda na produção diária de leite devido às condições climáticas do inverno de 2024 foram mais acentuadas em vacas de maior produtividade. “As maiores quedas projetadas variaram entre 16% e 18,5% para o município de Porto Vera Cruz, em agosto, caso não fossem adotadas medidas para mitigar os efeitos do ambiente sobre o desempenho dos animais”, ressalta Ivonete.

O Comunicado é uma iniciativa do Grupo de Estudos em Biometeorologia, composto por pesquisadores e bolsistas das áreas de Agrometeorologia e Produção Animal. A publicação trimestral está disponível na seção de Agrometeorologia da Seapi. Continue acompanhando nosso site para ficar por dentro das principais notícias sobre meio ambiente.

 

Fonte: Governo do Estado do Rio Grande do Sul

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