O Centro de Triagem de Animais Silvestres do Rio Grande do Sul (CETAS-RS) localizou no início de agosto outro espécime do felino mais ameaçado em extinção do mundo, o gato-palheiro-pampeano (Leopardus munoai). Após a equipe do CETAS, junto de outros pesquisadores, encontrar e monitorar a Pachamama, agora eles encontram outro felino, desta vez macho.
Ao encontrar o animal, batizado de Tupambaé, ou “a coisa de Deus” em tupi-guarani, o CETAS-RS buscou coletar o maior número de dados possível. Entre eles, a coleta de sangue e material genético, para levantamento de parasitas e análises da saúde da população do gato-palheiro-pampeano e microchipagem. Em seguida, encoleiraram com um rádio-colar de 125 gramas.
A rádio-coleira no gato-palheiro-pampeano
Em suas redes, o documentarista de natureza, Lawrence Wahba, comentou sobre a coleira colocada no animal. Para ele: “é comprovado cientificamente que colares em felinos podem ter até 6% do peso do animal sem atrapalhar, e a equipe trabalha com no máximo 4%”. Completa, “O Tupanbaé, por exemplo, tem 4,4 kg e está com um colar de 125 gramas, pouco mais de 3% de seu peso”.
A partir dos dados coletados do par de gatos-palheiros-pampeanos, os pesquisadores acreditam poder coletar os dados essenciais para a conservação de sua espécie. Assim, poderão conhecer a fundo a ecologia, como usam o seu habitat e, em um futuro, iniciar um programa de reprodução e reintrodução dessa espécie. Segundo estudos, se acredita ter menos de 100 sobreviventes dessa população.
Descoberta permite novos estudos
Wahba acredita que o trabalho está apenas começando e que, a partir de agora, será necessário cada vez mais apoio da população para a reintegração desse animal à natureza, “agora precisa de muito apoio dos órgãos ambientais a nível nacional, da academia e da sociedade, para que daqui a 20 anos tenhamos 2 mil desses felinos”.