A ave encontrava-se em situação de extinção na região entre os séculos 19 e 20.
A iniciativa desenvolvida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) reintroduziu 35 exemplares de arara-vermelha-grande (Ara chloropterus) na Mata Atlântica, em Porto Seguro, no Sul da Bahia. A espécie, extinta na região entre os séculos 19 e 20, retorna a um de seus habitats.
O projeto de reintrodução de animais é realizado pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do Instituto e conta com o apoio de diversas entidades. Segundo o órgão “como não há mais populações selvagens de araras-vermelhas na Mata Atlântica, as aves do projeto são originárias de cativeiros, apreendidas em ações de combate ao tráfico de animais silvestres realizadas por órgãos ambientais estaduais e municipais de todo o país”.
Ao participar da soltura, o chefe do CETAS/BA afirmou que “a união dos esforços possibilitou a soltura do primeiro grupo de araras-vermelhas-grandes, que foi reunido e individualmente identificado, para permitir seu monitoramento na natureza”.
Segundo o IBAMA, os animais passam por uma avaliação das condições de saúde, após um período de quarentena no centro de triagem. Aqueles selecionados, ficam instalados em um grande recinto projetado para permitir o fortalecimento das musculaturas de voo e formação de casais. Além de, gradualmente expor essas aves ao clima da região. A seguir, as aves passam por treinamentos contra predadores e libertas por meio de uma “soltura branda”, técnica utilizada para reduzir o deslocamento dos animais para outras áreas.
A discussão sobre independência da espécie
Segundo especialistas, não há consenso sobre o que determina o sucesso de um projeto de reintrodução de animais silvestres em ambientes naturais. Alguns pesquisadores indicam a necessidade de alcançar a reprodução da primeira geração nascida em liberdade, enquanto outros acreditam haver maior taxa de sobrevivência quando, ao menos, 50% dos indivíduos sobrevivem ao primeiro ano na natureza.
Para Ligia Ilg, Coordenadora do projeto e analista ambiental, a variação nas características de cada espécie dificulta a adoção de um critério de sucesso unificado, por isso, o objetivo desse projeto é alcançar a persistência de uma população selvagem de araras-vermelhas. Segundo Ligia, “para avaliar se esse resultado será alcançado, os animais serão submetidos a um monitoramento pós-soltura de longo prazo”.
Formas de apoiar o projeto
Entidades de proteção ambiental de todo o país podem contribuir com esse projeto, seja disponibilizando aves da espécie, auxiliando em treinamento ou soltura. Para isso, é necessário entrar em contato com a coordenadora do projeto através do e-mail ligia.ilg@ibama.gov.br.